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Muito além da sexta corda

Não tão conhecido e diferente dos outros violões, o violão de 7 cordas tem uma importante função no meio musical, principalmente no choro e no samba. Há quem diga que isso se dá à “corda a mais” que ele possui, porém o instrumento vai muito além desse detalhe.

De origem russa, o 7 cordas chegou ao Brasil depois que dois violonistas que tocavam com Pixinguinha, um dos responsavéis pela consolidação do choro no Brasil, se depararam com um grupo de ciganos russos que tocavam o exótico instrumento nas ruas do Rio de Janeiro. Desde aí, tiveram a ideia de adaptá-lo aos violões brasileiros. “Primeiramente ele sofreu certa resistência quanto a sua criação, depois foi se adentrando no estilo e o pessoal foi aderindo. Antes de ser criado era o cavaco que fazia sua função, mas ele acabou saindo e ficando no ‘centro’, o violão foi tomando seu espaço e hoje em dia é essencial”, conta Araê Souza (27), violonista desde os 21 anos e ex-aluno do curso de violão de 7 cordas da área do choro no melhor Conservatório Dramático e Musical da América Latina, em Tatuí.

Assim como a guitarra está para o rock o violão de 7 cordas está para o samba e o choro, porém tem sua importância em outros estilos musicais como o erudito e a música gaúcha, com suas diferentes funções em cada um deles. De fato, é difícil explicar teoricamete o que é o violão de 7 cordas, mas segundo Araê é uma questão de linguagem; ele basicamente tem a importante função de criar um contraponto com a melodia, ou seja, quando um solista ou cantor para de cantar, o violão de 7 cordas entra para “puxar” a harmonia para outros lugares, como uma “resposta” ao que foi cantado.

A sua diferença dos outros violões está na possibilidade de ampliação técnica e harmônica da forma de estudá-lo. “A maneira que se toca para se atingir um objetivo o torna diferente, podendo fazer uma base ou ser um violão solista também”, disse Araê enquanto dedilhava no violão algumas canções antigas e fazia do instrumento sua fala.

Para finalizar, o violonista revela a importância dos Concertos Astra-Finamax não só para a popularização de instrumentos não tão conhecidos, como o violão de 7 cordas, mas para a sua vida e a cultura da população. “Foi através dos Concertos que eu abri minha cabeça para várias coisas, foi algo que me tocou demais e tem uma parcela importante na minha vida e na minha formação. Foi daí que conheci esse violão e me apaixonei, foi isso que me inspirou a tocar. A Astra e a Finamax apresentam um projeto fenomenal. É importante ter essa preocupação; essa proposta de trazer apresentações diferentes para as cidades é o que vai fazer a gente mudar a nossa cultura.”

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