Lançada em dezembro de 2020, Bridgerton, série original Netflix inspirada nos best-sellers da escritora Julia Quinn, é uma trama que acompanha oito irmãos da alta sociedade londrina do século XVIII e sua busca por amor, felicidade e status.
A produção ganhou as graças do público logo em sua estreia, ficando entre as séries mais assistidas da história (cerca de 82 milhões de pessoas assistiram aos episódios da primeira temporada). O fenômeno se deve a trama cheia de personagens carismáticos, segredos e romance. Para além do enredo, um detalhe chamou atenção dos espectadores, principalmente aos amantes de música: a trilha sonora.
A música dá o tom
As cenas iniciais, embaladas por músicas orquestradas, despertaram a sensação de “eu conheço essa música de algum lugar” nos telespectadores. E se você também teve essa primeira impressão, você estava correto. Fato curioso é que a trilha sonora da trama é composta por grandes sucessos da música pop em suas versões orquestradas.
Em entrevista a um programa de televisão norte-americano, a supervisora musical da série Alexandra Patsavas explicou o motivo da escolha da trilha sonora: queria que o público pudesse entender os sentimentos íntimos dos personagens com facilidade.
“É uma visão moderna das músicas daquele período. Tem a instrumentação daquela época, como a música podia soar, mas os ritmos, as progressões de acordes e as melodias são, muitas vezes, inspiradas na música pop de hoje”, complementou o compositor da segunda temporada Kris Bower.
Alguns dos artistas que contribuíram para a trilha sonora de Bridgeton são:
Vitamin String Quartet
O grupo é composto por diversos quartetos de cordas pertencentes ao selo independente norte-americano CMH Label Group.
Com mais de 2 milhões de ouvintes mensais no Spotify, o Vitamin String Quartet é amplamente conhecido pelos álbuns tributos de nomes populares da música, como Lana Del Rey e Beatles.
Na trilha sonora de Bridgerton desde a primeira temporada, eles assinam o cover mais popular da série até hoje: o de “Thank U, Next”, da cantora Ariana Grande.
Duomo
Presente nas duas temporadas da série, o Duomo é um quarteto que faz exclusivamente covers de música pop. O álbum do grupo, “Berlin:Redux”, foi lançado em 2018, com versões de Green Day, Jay-Z, Radiohead e outros. Além disso, o Duomo também compõe música clássica contemporânea original.
No entanto, foi a famosa releitura de “Wildest Dreams”, de Taylor Swift, que entrou na primeira temporada de Bridgerton.
Midnight String Quartet
Esse é outro quarteto de cordas na trilha sonora de Bridgerton “perfeitos para casamentos e jantares especiais”, como o próprio grupo se apresenta. Em Bridgerton, o conjunto estreou na segunda temporada com a divertida releitura de “Wrecking Ball”, de Miley Cyrus.
Steve Horner
Responsável pela trilha sonora de “Um Pequeno Passo” – filme indicado ao Oscar de melhor curta-metragem em 2019 -, o músico teve seu trabalho inserido na produção da Netflix através de sua releitura de “Sign of the Times”, do Harry Styles, ganhando grande visibilidade.
A crescente do clássico
É comum associar a música clássica a um espaço inacessível, destinado a um determinado público. Mas não é tão bem assim.
Em 2020, uma pesquisa realizada pela Orquestra Filarmônica Real (RPO) e pela associação British Phonographic Industry (BPI), em parceria com a plataforma Deezer, revelou que durante a pandemia da COVID-19 houve um aumento nas procuras por composições clássicas. No Brasil, a faixa etária de 18 a 25 anos compõe 36% dos ouvintes do gênero no aplicativo, enquanto as pessoas de 26 a 35 anos contemplam 35% desse total.